Iniciar um empreendimento é uma tarefa que exige a tomada de uma série de escolhas e decisões, e isso exige conhecimento do futuro empreendedor.
Por isso, o Sebrae disponibiliza ao seu cliente mais de 450 ideias de negócios com orientações de “como montar”. Este produto mostra o que você precisa saber antes de iniciar em empreendimento: espaço físico adequado, número de empregados, equipamentos principais, valor do investimento, quais custos o negócio tem, a legislação que deve atender, entre outros.
É importante lembrar que o Ideias de Negócios não substitui a elaboração de um Plano de Negócios. Ele dá uma visão geral sobre os aspectos de abertura destas empresas, entretanto é necessário se adequar a cada realidade.
Para o futuro empreendedor que é aposentado, o Sebrae realizou uma pesquisa em 2017 que apontou que a maioria dos entrevistados pretende abrir um negócio no setor do comércio (59,6%), enquanto 30,1% pretendem abrir um negócio no setor de serviços.
O ramo da alimentação foi citado por mais de 24% dos entrevistados quando perguntados a que tipo de atividade se dedicaria sua futura empresa. Veja “como abrir”:
- Lanchonete
- Restaurante de caldos e saladas
- Serviço de frete e transporte de pequenas cargas
- Escritório de consultoria
Vamos deixar bem claro o que entendemos como aposentado. Se “perguntarmos” ao Google o resultado será:
Adjetivo.
1. instalado em aposento; hospedado, albergado.
2. adjetivo substantivo masculino – que ou o que se aposentou.
3. adjetivo substantivo masculino – que ou aquele que goza de aposentadoria, recebendo mensalmente a pensão que lhe é devida.
Evidentemente a opção 1 não é a que gostaríamos de endereçar. A opção 2 e 3 só inclui aqueles que já recebem o “beneficio”, que se for da previdência social do setor privado, sabemos bem como anda atualmente…
Vamos então dar aqui o nosso entendimento, para que mesmo os que não se encaixem possam nos acompanhar.
O cenário atual, nos traz uma realidade cruel com milhões de desempregados e dentre eles, muitos acima dos 50 anos de idade. Para os mais jovens que isso, tão logo a crise diminua, os investimentos retornem, a política e os escândalos deem uma trégua, as empresas começarão a contratar. Mas, para os acima dos 50, a probabilidade de um emprego formal é muito baixa e vai diminuindo até chegar a zero acima dos 60. Triste e injusto, mas é a verdade e reclamar não vai adiantar muita coisa.
A boa notícia é que trabalho e oportunidades sempre irão existir e cabe a nós a tarefa de nos preparar para cria-las ou aproveita-las. A palavra de ordem aqui é o protagonismo, ou seja, o que “EU” vou fazer para isso? O que só depende de mim?
Neste momento, empreender não deve ser encarado como o plano B ou a única alternativa que sobrou e sim como a forma inteligente e eficaz de encarar este novo desafio para a outra metade (!) da vida. Sim, segundo pesquisas e estudos recentes a nossa expectativa de vida tem aumentado a cada ano. Portanto temos que nos preparar para viver até os 90 ou 100 anos e boa parte deles gozando de boa saúde e disposição, graças aos avanços da medicina, de hábitos mais saudáveis, etc.
Mesmo para os que tenham uma boa reserva financeira, será difícil manter o padrão de vida atual por mais 20, 30 ou 40 anos. E aí surge a primeira necessidade: Gerar renda para complementar ou mesmo como fonte principal de recursos.
A segunda necessidade tem a ver com a nosso propósito e missão de vida. O que queremos realizar? Nós, seres humanos, precisamos disto. Sentido da vida, fazer alguma coisa que alimente nossa alma e faça sentido nesta fase.
Quando iniciamos nossa carreira existem outras preocupações e objetivos e naturalmente deixamos de lado estas questões. Mas a partir da “meia idade” isto começa a fazer parte de nossas reflexões, desejamos outras coisas e as vezes não sabemos bem o quê.
A terceira necessidade tem a ver com prazer e felicidade e costumamos nos referir como qualidade de vida. Situações e sacrifícios que fizemos quando éramos jovens já não suportamos mais. Cada um tem um entendimento próprio do que seja qualidade de vida, mas o fato é que queremos trabalhar e nos realizar de uma forma em que sejam levadas em conta nossas restrições e mesmo costumes e manias.
Gerar renda com propósito e qualidade de vida, estes três aspectos devem estar em perfeito equilíbrio para que a nossa escolha seja adequada e tenha mais chance de sucesso de maneira sustentável. Escolher bem o próximo passo, levando estes aspectos em consideração é fundamental!
Qual a primeira pergunta que vem a sua cabeça quando pensa em empreender?
Se pensou em qual negócio que dá mais lucro no momento, e ou com o investimento mais baixo, ou que trabalha menos, ou mais fácil de operar, ou qualquer outra pergunta relacionada ao negócio, você errou. Todas são perguntas importantes que devem ser feitas, mas não são as primeiras!
A primeira é: Quem sou eu? Nesta, vem incorporadas outras tantas perguntas e servem para nos indicar quais são os nossos maiores talentos, habilidades e competências. Imaginem ter um negócio de sucesso em que na maior parte do tempo, fazemos o que mais amamos e fazemos muito bem?
Na cultura oriental existe o conceito do “IKIGAI”, que em tradução livre quer dizer o sentido da vida e pode ser facilmente entendido a partir da figura a seguir:
Ter uma atividade que reúna todos estes requisitos, alinhada ao nosso propósito e qualidade de vida é tudo o que precisamos nesta fase da vida.
Nos conhecer profundamente, exercitar a reflexão, pedir ajuda, são os primeiros e decisivos passos nesta direção.
Acredito que este exercício, além de ser uma fonte de descoberta excepcional pode funcionar como um elemento fundamental de automotivação, que é o componente imprescindível para enfrentar o desafio de empreender.
É possível que se encontre algumas habilidades ou competências que deveriam ser adquiridas ou aprimoradas e neste ponto recomendo o Empretec, um ótimo treinamento comportamental oferecido pelo Sebrae, além de vários cursos e serviços exclusivos para ajudar nesta fase.
A escolha do que fazer e no que investir será uma consequência desta análise inicial.
Não ter ou ter pouca disponibilidade financeira para iniciar um negócio não deve ser um limitante. Deve sim ser um dado do problema, que pode ter várias soluções. Uma pessoa motivada, perseguindo um sonho, sabendo o que quer, encontrará a solução e a oportunidade no momento certo, mesmo com poucos recursos.
Ideias como representação comercial, consultoria e algumas franquias se aplicam bem quando existe pouca disponibilidade financeira para investir.
Feito isso, levantar e reunir informações do negócio que deseja iniciar, compõe elementos de um planejamento bem feito que é vital para qualquer empreendimento. Atenção especial ao planejamento financeiro da empreitada. Peça ajuda! Converse com quem já fez algo parecido e tenha uma visão bem realista dos números.
Se a sua escolha estiver baseada nos elementos que mencionamos as chances de sucesso aumentam consideravelmente, mas lembre-se, empreender tem seus riscos e não conseguimos controlar tudo. Errar faz parte do jogo e aprender errando também. Falhar não é cair, é se recusar a levantar.
Tenha paciência. A maioria dos chegam aos 50 anos, trabalharam muito e construíram uma carreira e uma historia maravilhosa, mas o começo foi difícil e levaram muitos anos para se consolidar. Empreender não é diferente. É uma jornada dura e cheia de armadilhas, mas imensamente prazerosa e gratificante.
Muitos clientes me perguntam: Qual o momento certo para iniciar esse processo?
Minha resposta: Agora!
Por Wilson Trevisan – Empreendedor, Coach e Consultor de Carreiras, atendendo a clientes de nível sênior – diretores e presidentes. Orienta ainda clientes que tem como objetivo iniciar a atuação profissional como empreendedores e carreira autônoma.
Dicas para empreender
O palestrante e consultor Mario Persona dá cinco dicas de como empreender na aposentadoria. Confira no vídeo abaixo.
Fonte: Sebrae/SP