Carros conectados, patinetes elétricos e o aluguel de bicicletas por aplicativo são elementos que já fazem parte do dia a dia nas cidades. Na realidade, esses são apenas alguns exemplos de como a mobilidade urbana vem evoluindo – e ainda há muito a se desenvolver.
Com o auxílio da tecnologia e o impulsionamento da digitalização, esse setor caminha para avanços que antes só eram imaginados em filmes de ficção científica. Não por menos, veículos autônomos e fluxos de trânsito mais inteligentes, conectados pela Internet das Coisas (IoT), estão cada vez mais próximos e prometem melhorar a vida de pedestres e motoristas.
Além disso, essas mudanças também irão compor um futuro mais limpo e sustentável, principalmente com a ajuda de uma gestão de tráfego completa. Esta é fundamental para reduzir o congestionamento e transformar o sistema de tarifas e cobranças no transporte público, por exemplo.
Muito embora a maioria dessas soluções mais sofisticadas ainda dependam de avanços tecnológicos que exigirão tempo, mesmo hoje, já existem inovações disponíveis tanto para melhorar a mobilidade urbana como para que as empresas possam estruturar áreas de logística e distribuição mais eficientes.
Nesse sentido, identificar os melhores caminhos, em termos de segurança e custos, ou ainda entender as melhores rotas até a localização do seu cliente, podem ser um diferencial nos negócios.
Da mesma forma, para tanto, é importante conhecer o cenário atual do setor de mobilidade e as soluções de tecnologia que podem ser aplicadas no cotidiano. Por isso, neste artigo, você verá:
- Mobilidade urbana
- Efeitos da pandemia no sistema de trânsito
- Tecnologia em prol da mobilidade urbana
- Dados são poderosos aliados para o avanço no setor
- Digitalização é tendência para a mobilidade urbana
Mobilidade urbana
Inegavelmente, na última década, houve grandes avanços na mobilidade urbana no Brasil. Como exemplo, em muitas cidades foram criadas áreas e faixas exclusivas para o transporte público, bem como ciclofaixas e passarelas para pedestres.
Além disso, alguns municípios também já utilizam sistemas inteligentes que coletam dados de tráfego em tempo real. Por sua vez, a prática pode auxiliar muito na gestão do tráfego.
Porém, apesar desse desenvolvimento, a realidade ainda deixa a desejar.
Hoje, a mobilidade urbana nas capitais envolve longos deslocamentos com demorados congestionamentos, além de transportes coletivos que operam em sua capacidade máxima (ou acima dela). Inclusive, esses problemas são parcialmente causados pela preferência por veículos de uso individual, de acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Segundo levantamento do NTU, publicado pela Agência Brasil em novembro de 2020, os automóveis ocupam 70% do espaço viário e transportam apenas 25% das pessoas. Já os ônibus representam menos de 10% e são usados por 40% da população.
Em paralelo, há também os meios alternativos, como bicicletas e patinetes. Esses, a despeito de carecerem de estrutura própria para o transporte, são cada vez mais populares no modelo de aluguel via aplicativo.
Aliás, a busca por modelos mais sustentáveis de deslocamento cresce gradativamente, bem como a ‘tendência ESG’ como um todo. Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os fundos de ações com base em sustentabilidade e governança conquistaram mais de R$ 543 milhões em investimentos ao longo de 2020.
Em outras palavras, as maneiras de se locomover foram bastante ampliadas com a ajuda da tecnologia. Mas ainda é possível utilizar aplicações inovadoras para melhorar as condições para pedestres, ciclistas, motoristas e motociclistas.
Nos Estados Unidos, San Diego é inspiração
Em um artigo sobre as tendências de transporte, publicado em abril de 2020, a Deloitte apresentou o caso de sucesso de San Diego, nos Estados Unidos.
Lá, a San Diego Association of Governments (SANDAG) está revisando todo o sistema de transporte da região e construindo bases para sua transformação. A ideia é criar uma estrutura mais integrada, centrada no usuário, acessível e inclusiva.
Para fazer isso, a estratégia irá se concentrar em alguns pontos, que incluem:
- Construir uma plataforma para ser a central de informação de toda a mobilidade urbana, o que facilitará a gestão e o equilíbrio entre oferta e demanda nos meios de locomoção;
- aproveitar recursos de tecnologia, como sensores e conectividade IoT, para modificar o uso e a gestão das estradas.
Em suma, em San Diego, toda a logística de transportes será desenhada a partir de dados reais, facilitando as respostas a novas oportunidades e desafios.
Efeitos da pandemia no sistema de trânsito
Além das mudanças no decorrer dos anos, a mobilidade urbana também sofreu grandes transformações causadas pela pandemia do novo coronavírus.
A princípio, é possível citar as medidas de distanciamento social, que fizeram com que as empresas repensassem sua estrutura para seguir produzindo. E nesse cenário, aliado ao avanço da digitalização, o trabalho remoto se destacou.
A conectividade e a nuvem não só tornaram o home office viável, mas o consolidaram como uma tendência real para os próximos anos. Afinal, com uma conexão de Banda Larga veloz, via fibra óptica, e ferramentas de colaboração baseadas em cloud, como as aplicações do Microsoft 365, as equipes conseguiram se manter integradas e produtivas.
Para o sistema de trânsito, isso representou um volume menor de pessoas saindo de casa, seja usando transporte público, privado ou compartilhado. Segundo o conselheiro de Inovação da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos – NTU, Marcelo Bandeira de Mello, o setor chegou a ter uma redução de até 80% no número de passageiros.
Em seu artigo publicado pela Exame, em setembro de 2021, ele explica que a pandemia também deixará lições para a mobilidade no pós-crise.
“(…) o transporte coletivo precisa avançar em qualidade. Melhorar o nível de conforto, diminuir a ocupação dos veículos e incrementar a segurança pública. É necessário, ainda, disponibilizar ferramentas tecnológicas que possibilitem maior informação e conveniência ao passageiro, possibilitando, por meio de smartphone, realizar compra da passagem e obter a previsão de chegada dos veículos.”
Marcelo Bandeira de Mello, conselheiro de Inovação da NTU, diretor de inovação da Urbana-PE e vice-presidente da Subcomissão de Mobilidade Urbana da OAB-PE.
Tecnologia em prol da mobilidade urbana
Atualmente, já existem diversas soluções tecnológicas aplicadas a elementos integrantes da mobilidade urbana. Sobretudo, a IoT (Internet das Coisas) se destaca como uma grande aliada do setor, por possibilitar um trânsito mais inteligente.
A partir de sensores instalados em automóveis de uso pessoal ou profissional e também nas cidades, em semáforos e câmeras, é possível coletar dados. Com essas informações processadas, por sua vez, a prefeitura pode ter visibilidade sobre pontos com maior incidência de acidentes e tomar as medidas necessárias.
No Rio de Janeiro, esse tipo de monitoramento já é utilizado para gestão de inundação em pontos críticos da cidade. Assim, é possível alertar a população e já propor desvios de tráfego.
Também é a IoT que impulsiona os veículos conectados que, aliás, estão em ascensão. De acordo com estimativas da Business Insider Intelligence, divulgadas em março de 2020, as remessas de carros inteligentes devem aumentar de 33 milhões em 2017 para mais de 77 milhões em 2025. Ou seja, terão um crescimento de 133% em 8 anos.
Em outras palavras, a Internet das Coisas é essencial para a gestão da mobilidade em um país de proporções continentais como é o Brasil. Além disso, as companhias que investirem nesse tipo de inovação também têm muito a ganhar.
IoT na frota de veículos
Para exemplificar, já há maneiras de realizar uma gestão digital da frota de veículos e dos condutores de uma empresa. A Vivo Empresas, por exemplo, oferece a solução Vivo Frota Inteligente, que reúne métricas sobre os ativos em tempo real.
Esse serviço ajuda a otimizar o uso de recursos, analisando rotas utilizadas e status do veículo. Adicionalmente, a tecnologia ainda permite um acompanhamento do perfil dos condutores, com foco em segurança e eficiência na locomoção.
Desse modo, com acesso às informações armazenadas em nuvem, os gestores podem tomar decisões baseadas em dados reais, como a realização de treinamentos de direção defensiva. Enfim, nesses casos, a IoT otimiza a logística e reduz custos desnecessários, como multas.
Além de contribuir para a segurança no trânsito, segundo a consultoria McKinsey, em informações divulgadas em 2018, esse monitoramento contínuo pode representar um pool de valor de cerca de US$750 bilhões até 2030
Dados são poderosos aliados para o avanço no setor
Não é novidade que os dados são considerados o novo petróleo, considerando a sua importância nos tempos atuais. E isso também se aplica à mobilidade urbana.
Aliando dispositivos conectados via IoT, que geram e coletam dados, e soluções de Big Data, que analisam quantidade massivas de informações, pode-se aprender muito.
Pensando no cotidiano, uma ferramenta que permite aos cidadãos saber o horário que o ônibus irá passar e quão lotado ele está é fundamental para a sociedade. Em contrapartida, para a gestão pública, saber que as linhas que passam em determinado horário estão operando além de sua capacidade ajuda a criar soluções.
De modo semelhante, em uma cidade turística, é vantajoso saber o comportamento dos visitantes para saber quais ações de mobilidade são necessárias. Ou, ainda, onde é mais benéfico investir em ações, eventos e marketing.
No portfólio da Vivo Empresas, a solução Tourism de Big Data age exatamente com esse foco, fazendo a segmentação de perfis sociodemográficos e fornecendo dados e mapas de todo o fluxo.
Enfim, a análise de dados é essencial para a implementação de melhorias na mobilidade urbana e para a construção de um planejamento certeiro. Sobretudo, essa área será cada vez mais importante para a criação de modelos mais sustentáveis de desenvolvimento.
Digitalização é tendência para a mobilidade urbana
A digitalização tem sido uma tendência estratégica para a maior parte dos setores, inclusive no que diz respeito à mobilidade urbana.
Segundo a Deloitte, em artigo publicado em abril de 2020, entre as novidades que irão guiar o segmento de transporte nos próximos anos estão:
Identidade Digital
Já estão disponíveis no Brasil as carteiras de habilitação digitais. Seguindo a digitalização de outros documentos, essa nova CNH facilita a identificação de cidadãos, tornando-a mais rápida e segura, além de ser mais conveniente.
Vale ainda dizer que esse tipo de documento virtual é um passo à frente no sentido de diminuir fraudes ideológicas, uma vez que a habilitação digital é menos suscetível à falsificação do que as tradicionais.
Transporte público sem passe (“ticketless”)
Embora no Brasil essa ainda não seja uma prática comum, no Reino Unido já são utilizados aplicativos que facilitam o trânsito, dispensando o uso físico de tickets.
Esse tipo de inovação permite que o deslocamento pela cidade aconteça de forma mais fluida, evitando filas e aglomerações desnecessárias. Isso é especialmente importante quando consideramos horários de pico de tráfego, como das 6 às 8 e das 16 às 19 horas.
Segundo a Deloitte, nas terras inglesas, o próximo passo será evoluir o aplicativo. Assim, através da comunicação Bluetooth, será possível acompanhar a jornada da pessoa e cobrá-la, sem a necessidade de tirar o smartphone do bolso.
Mobility as a Service
Mobility as a Service (ou Mobilidade como Serviço – MaaS) são plataformas que funcionam como centrais de serviços de transporte, integrando serviços e facilitando a gestão da mobilidade. Isso é possível graças a outras tecnologias, como as de IoT e Big Data, apresentadas neste artigo.
Na prática, as MaaS ajudam a direcionar o fluxo de tráfego e a evitar congestionamentos. É uma forma de dar mais autonomia ao cidadão na hora do transporte, já que pode optar por um táxi em vez do ônibus, caso esteja atrasado. Isso tudo, vale citar, sem mudar de aplicativo.
Desde 2016, os residentes de Helsinque, capital da Finlândia, utilizam um app para planejar e pagar todos os tipos de transporte (público ou privado): de trens a bicicletas compartilhadas.
Conclusão
Por fim, podemos afirmar que a mobilidade urbana no Brasil passou por muitas transformações nas últimas décadas. Especialmente na pandemia, esse segmento foi bastante impactado, com redução brusca de movimentação pelas cidades e estados.
Também foi nesse momento que ficou claro que são necessárias mudanças para atender às novas demandas e aos desafios da atualidade. E, nesse sentido, a digitalização também teve papel fundamental. Foi a tecnologia que tornou o transporte mais acessível para muitas pessoas, oferecendo aluguel de bicicletas e patinetes, ou ainda, caronas compartilhadas via aplicativo.
Ou seja, a inovação já está intrinsecamente ligada à mobilidade – e isso tende a se aprofundar ainda mais.
Com a iminente chegada do 5G, as soluções de IoT e Big Data, que são cruciais na evolução do transporte, passarão a se desenvolver ainda mais rapidamente. Volumes massivos de dados estarão à disposição para tornar os avanços mais certeiros e baseados em informações reais. E tanto para a gestão pública quanto para a privada, é essencial acompanhar esse crescimento.
Fonte: Vivo Meu Negócio
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